Tomaram de quatro!
Por essa os japoneses não esperavam. Nem eu. Após dois vitoriosos fiascos e tantas críticas sobre o quadrado mágico não estar jogando redondinho, a seleção brasileira entrou em campo com os pesos do descrédito, da cobrança e do Ronaldo.
Não tive hoje na torcida a companhia de meu pai, retido na Ilha do Mel pelo forte vendaval de ontem e as más condições do mar de hoje. Meu irmão, mais esperto, acompanhou o jogo em algum bar. Restou acompanhar o jogo com mãe e tia. Nada contra a companhia feminina, mas a torcida de minha mãe resume-se a ficar gritando “vai, vai, vai” e “escanteio”, palavra que deve ter aprendido a pouco tempo, e não perde a chance de praticar. Seja realmente escanteio ou qualquer outro lance. Minha tia ficou sentada de lado, sem visão da tela da tv, sob a explicação de que fica nervosa de ver o jogo e prefere só escutar. Não era pra tanto. Afinal o jogo, pra classificação, não valia mais nada.
O comentário mais hilário durante a partida não partiu do mala do Galvão Bueno.
Minha tia não resistiu, e de canto de olho acompanhou uma jogada. E lançou: “como são rápidos os japoneses”. Minha mãe recebeu na área com: “os japoneses são pequenos mas funcionam”. E eu, de cabeça, finalizei com: “isso é o que costumam dizer as japonesas”.
É non-sense assistir a vibração de um brasileiro, no caso o Zico, vendo o Brasil tomar gol. Claro que ele não estava comemorando a tragédia brasileira, mas seu próprio sucesso como técnico. Mesmo assim é estranho. E dali pra frente ele só teve motivos pra chorar.
Filigranas do jogo: sempre é tocante analisar o semblante dos jogadores que fazem seu primeiro gol com a camisa brasileira numa Copa do Mundo. Dá pra imaginar e se emocionar com a alegria de Gilberto Silva e Juninho Pernambucano. Ainda que a "comemoração" de Fred, no jogo anterior contra a Australia, tenha sido muito mais divertida.
Sobre o desempenho de Ronaldão, não senti muitas mudanças. Pros dois gols, ele contou com a própria competência em estar bem-posicionado, mas mais ainda com o talento dos demais jogadores em armar a jogada e fazer passes e finalização corretamente. Mas Ronaldo, ninguém nega, e agora comprovado, é um atacante de peso. Cinco kilos mais magro e também, depois dos gols de hoje, sentindo-se bem mais leve.
Sem desmerecer o jogador, que já foi um dos melhores do mundo e ainda é, temos que admitir que foi uma decisão temerária escala-lo para a Copa, considerando que desde 1998 ele passa mais tempo em hospitais e em clínicas do que em campo. Pro tamanho da fera, ele é um tanto frágil. Qualquer bolhinha no pé ou dor de cabeça e lá vai o cara pro hospital. Tô até agora tentando entender o motivo da endoscopia realizada na Alemanha pra quem alegadamente se queixava apenas de dores de cabeça.
Durante semanas, com o pífio desempenho em campo da nossa seleção, discutiu-se muito a escalação do Ronaldo. Como dizia o Galvão, o Brasil inteiro torcendo pra ele se achar em campo e mostrar o futebol que sabe. Cá entre nós, o Brasil inteiro estava torcendo sim, por absoluta falta de opção. Visto que não havia santo que fizesse o Parreira desistir de escalar o cara, só nos restava torcer por ele mesmo.
Mas o que importa é que vencemos. O que importa é que ele fez dois gols pra limpar sua barra e tranquilizar o Brasil. Pro desespero dos japoneses, que não esperavam tomar goleada, e muito menos tomar de quatro; ele deixou de ser o Ronaldo Baleia pra ser tornar algo realmente aterrador. Pelo menos para os goleiros:
Ronaldo, a baleia assassina.
Não tive hoje na torcida a companhia de meu pai, retido na Ilha do Mel pelo forte vendaval de ontem e as más condições do mar de hoje. Meu irmão, mais esperto, acompanhou o jogo em algum bar. Restou acompanhar o jogo com mãe e tia. Nada contra a companhia feminina, mas a torcida de minha mãe resume-se a ficar gritando “vai, vai, vai” e “escanteio”, palavra que deve ter aprendido a pouco tempo, e não perde a chance de praticar. Seja realmente escanteio ou qualquer outro lance. Minha tia ficou sentada de lado, sem visão da tela da tv, sob a explicação de que fica nervosa de ver o jogo e prefere só escutar. Não era pra tanto. Afinal o jogo, pra classificação, não valia mais nada.
O comentário mais hilário durante a partida não partiu do mala do Galvão Bueno.
Minha tia não resistiu, e de canto de olho acompanhou uma jogada. E lançou: “como são rápidos os japoneses”. Minha mãe recebeu na área com: “os japoneses são pequenos mas funcionam”. E eu, de cabeça, finalizei com: “isso é o que costumam dizer as japonesas”.

Filigranas do jogo: sempre é tocante analisar o semblante dos jogadores que fazem seu primeiro gol com a camisa brasileira numa Copa do Mundo. Dá pra imaginar e se emocionar com a alegria de Gilberto Silva e Juninho Pernambucano. Ainda que a "comemoração" de Fred, no jogo anterior contra a Australia, tenha sido muito mais divertida.
Sobre o desempenho de Ronaldão, não senti muitas mudanças. Pros dois gols, ele contou com a própria competência em estar bem-posicionado, mas mais ainda com o talento dos demais jogadores em armar a jogada e fazer passes e finalização corretamente. Mas Ronaldo, ninguém nega, e agora comprovado, é um atacante de peso. Cinco kilos mais magro e também, depois dos gols de hoje, sentindo-se bem mais leve.
Sem desmerecer o jogador, que já foi um dos melhores do mundo e ainda é, temos que admitir que foi uma decisão temerária escala-lo para a Copa, considerando que desde 1998 ele passa mais tempo em hospitais e em clínicas do que em campo. Pro tamanho da fera, ele é um tanto frágil. Qualquer bolhinha no pé ou dor de cabeça e lá vai o cara pro hospital. Tô até agora tentando entender o motivo da endoscopia realizada na Alemanha pra quem alegadamente se queixava apenas de dores de cabeça.
Durante semanas, com o pífio desempenho em campo da nossa seleção, discutiu-se muito a escalação do Ronaldo. Como dizia o Galvão, o Brasil inteiro torcendo pra ele se achar em campo e mostrar o futebol que sabe. Cá entre nós, o Brasil inteiro estava torcendo sim, por absoluta falta de opção. Visto que não havia santo que fizesse o Parreira desistir de escalar o cara, só nos restava torcer por ele mesmo.
Mas o que importa é que vencemos. O que importa é que ele fez dois gols pra limpar sua barra e tranquilizar o Brasil. Pro desespero dos japoneses, que não esperavam tomar goleada, e muito menos tomar de quatro; ele deixou de ser o Ronaldo Baleia pra ser tornar algo realmente aterrador. Pelo menos para os goleiros:
Ronaldo, a baleia assassina.
2 Comments:
gracias pela lembrança mas aliás "maradona" tb toma guaraná antartica .... (será que vicia)... suceso edwork`s
Muito jóia o texto sobre o mundial.. A foto entao... rs
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